segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Álvaro de Campos

"Campos apresenta-se [em "Ode Triunfal"] logo de início como o vate da era industrial, da violência da vida e do expressionismo mais concreto. Virando as costas à antiguidade de que Reis é o grande apaixonado, ele pretende ser resolutamente moderno. À beleza apolínea ele, opõe a beleza dionisíaca, a que os surrealistas em breve chamarão "convulsiva". À suspensão do julgamento e à recusa de qualquer compromisso com o real, ele prefere o compromisso total no espaço e no tempo; ele quer "viver ao extremo", conhecer o "estado supremo da vertigem", e, acima de tudo - será essa a sua divisa -, "sentir tudo de todas as maneiras".

Robert Bréchon, Estranho Estrangeiro, Uma Biografia de Fernando Pessoa, Quetzal

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