segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Oficina de escrita

Num texto expositivo-argumentativo que contenha entre 150 e 200 palavras e evocando a tua experiência de leitura, comenta a seguinte afirmação:
"Se a poesia de Álvaro de Campos é, em muitos casos, o lugar de encenação de um febril entusiasmo modernista (na mais literal acepção do termo), ela acaba também por conduzir a estados de espírito em que a desencanto e o tédio são dominantes (...)."

Carlos Reis (coord.), in Literatura Portuguesa Moderna e Contemporânea, UA, 1990

1 comentário:

  1. Alvaro de Campos, um dos heterónimos de Fernando Pessoa é caracterizado como um cantor do mundo moderno que procura incessantemente "sentir tudo de todas as formas".
    Inicialmente, Campos era um decadentista, pois "ligava-se ao tédio, á busca de sensaçôes novas, mais intensas, fluídas no estravagante, no mórbido, no requintado de forma". Esta corrente literária está bem presente no poema opiário.
    De seguida, Campos passa para a fase que se designou por futurista. Nesta celebra o triunfo da máquina,da energia mecânica e da civilização moderna. A par da paixão pela máquina, há a náusea provocada pela poluição física e moral da vida moderna. A ode triunfal é um bom exemplo da intensidade de sensações, pois nela é retratado um lugar de encenação de um febril entusiasmo modernista.
    No final, Campos torna-se um pessimista. Nesta fase ele sente-se vazio, abatido, frustrado, voltando á dor de pensar e à nostalgia da infância, temas influentes em Pessoa ortónimo. NO entanto, estes mesmos temas podem ser encontrados no poema "Aniversário" nos versos: "NO tempo em que festejava o dia dos meus anos/ Eu era feliz e ninguém estava morto" e "Pára meu coração!/ Não penses! Deixa o pensar na cabeça."

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